Há 151 anos nascia, perto de Istambul, uma tímida criança que viria a ser um homem respeitado no mundo dos negócios, um afamado colecionador de arte, um ímpar benfeitor.

Dos ilustres antepassados herdou o nome, das origens arménias o espírito generoso com o qual abraçou as mais nobres causas e do pai os negócios da família. Foi uma criança reservada, um jovem dotado da mais invulgar inteligência e um homem visionário que foi marido, foi pai, foi avô e detentor de uma das maiores fortunas do planeta.


Cidadão do Mundo

Gulbenkian, 1934, no Egipto ©FCG

Gulbenkian, 1934, no Egipto, ©FCG

Fez do mundo a sua morada e do contacto com novas culturas a sua forma de estar. Cedo rumou a Marselha para aperfeiçoar o “francês” e foi no King’s College em Londres que viu o seu curso concluído com distinção. Chegou até a conhecer a região petrolífera de Baku, por intermédio do pai, que insistira que se envolvesse no comércio de querosene. Calouste foi mais longe e acabaria mesmo por revolucionar o sector petrolífero, cuja prosperidade lhe permitiu alimentar, entre muitas viagens, a veia de filantropo e colecionador.

A sua residência foi, durante vários anos, repartida entre Londres e Paris. Porém, a guerra havia de lhe mudar os planos. Com 3 anos, instalava-se no célebre Hotel Aviz, em Lisboa e, apesar, das várias visitas à capital francesa no pós-guerra, é em Portugal que mantém residência, por se sentir, aqui, bem acolhido.


Fundação Calouste Gulbenkian – um local de cultura a não perder numa visita a Lisboa

Fundação Calouste Gulbenkian – um local de cultura a não perder numa visita a Lisboa

Fundação Calouste Gulbenkian, Diana, ©Ricardo Oliveira Alves

Dizia ser um “arquiteto de empreendimentos” e, aos 84 anos, decide criar, por testamento, uma fundação em Lisboa, à qual deixaria a sua fortuna e as suas obras de arte. O filantropo viria a morrer em 1955, no Hotel Aviz e, um ano mais tarde, eram aprovados os estatutos da Fundação Calouste Gulbenkian.

Assine para receber as nossas ofertas especiais

No coração da cidade, com alma e cheia de vida, a Fundação respira cultura e vai palpitando emoções, apostando no potencial humano e apoiando projetos que, em tudo, refletem a personalidade de Calouste – Ciência, Educação, Arte e Beneficência. Quem a visita, perde-se na geometria subtil dos jardins e nos seus envolventes recantos, enquanto ouve, ao longe, a melodia harmoniosa que a Orquestra e o Coro vão difundindo no ar. De mente liberta, entra-se no Museu. Afiguram-se diante do olhar coleções soberbas, surpreendentes, fascinantes.

A Fundação tem como propósito fundamental melhorar a qualidade de vida das pessoas através da arte, da beneficência, da ciência e da educação, desenvolve as suas atividades a partir da sua sede em Lisboa e das delegações em Paris e em Londres, tendo também intervenção através de apoios concedidos desde Portugal nos PALOP e Timor-Leste bem como nos países com Comunidades Arménias.

Conta com um museu, que alberga a coleção particular do Fundador e uma coleção de arte moderna e contemporânea; uma orquestra e um coro; uma biblioteca de arte e arquivo; um instituto de investigação científica; e um jardim, que é um espaço central da cidade de Lisboa, onde decorrem também as atividades educativas.

 

Fundação Calouste Gulbenkian – Av. de Berna, nº 45 a 5 minutos a pé do Luzeiros Suites, junto ao El Corte Inglês

 

Texto: Companhia das Cores in Loja das Meias magazine
Créditos: Vista exterior do museu ©Márcia Lessa